6 de julho de 2015

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Dorme em paz

Imagem para a postagem "Dorme em paz" no blog Amor e Oxigênio

Não chegamos a um consenso. Não estamos no fim da jornada.
A menina abriu a janela e avistou o sol escaldante lá fora e, como havia feito durante esse tempo todo em que esteve distante, se colocou para fora de casa e seguiu a sua nova rotina. Sim, tudo permanecia igual, mas a percepção sob todas essas coisas havia se modificado. Era e, ao mesmo tempo, não era mais igual.As flores tinham uma fragrância diferente, as pessoas que andavam rumo à qualquer lugar até então desconhecido tinham olhares que, ao ver da pequena menina, portavam menos mágoa. O café estava fresco novamente, os pássaros emanavam um canto de liberdade, a tão sonhada liberdade. Durante esse tempo todo em que se absteve no mórbido silencio de sua solidão, a menina pôde perceber o quanto o mundo lá fora pode ter mais para lhe oferecer e o quanto ela mesma pode se presentear com a brisa do vento em seus cabelos, enquanto parte sozinha rumo à uma grande viagem. Existem coisas, as tais coisas “impossíveis”, que cabem somente à nós mesmos nos darmos a possibilidade de torná-las possíveis, torná-las realidade e sólidas em nossas vidas. Isso a menina aprendeu também. O futuro, meus caros, é o simples resultado do que fazemos com o nosso presente, mesmo que pareça complicado ou doloroso abandonar um dos lados da moeda. Ela segue, encontra novos motivos para continuar, novos motivos que façam o seu mundo ganhar mais cor. E se entrega, então, com todas as suas forças, para que um dia ela possa dizer que valeu a pena tentar. Valeu a pena acreditar. A menina continua, justamente pela lembrança dos melhores momentos que a fizeram seguir até aqui, até agora. Ela insiste, sem os olhos sonhadores, sem os sorrisos mais belos que ela já viu, e não há forma de substituir, simplesmente porque talvez ela mesma não queira substituir. Talvez ela os queira ali, pra sempre. E a menina já procurou alguma forma de encontrar as mesmas estrelas em outro céu, porém é mais forte que ela mesma e é mais forte que essa pobre definição do amor na qual ela acredita.
Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais.
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