13 de abril de 2020

Humano anatomicamente e sentimentalmente fraco

É como se a menina fosse uma viajante no tempo de um ano bem antes que o ano passado e agora estivesse na janela do ônibus espacial vendo o quanto o presente mudou enquanto ela não estava lá. Pra ela parece que o brilho acabou muito antes e nada do que houve desde então fez algum sentido, como se o tempo estivesse congelado e a vida passasse com ela parada, na espera do momento certo para pular para o estágio favorito. 
As estrelas brilharam durante todas aquelas noites calmas e a chuva voltou a cair centenas de vezes. O alvo foi acertado e a nota mais alcançada no final. A história acabou, a menina releu e até decorou e no final nada parece ter feito nenhum sentido. 
É como se tudo fugisse lá no início para uma realidade paralela em que ela não pôde estar de verdade, como se o caos tomasse conta de todas as boas lembranças e infelizmente só os insultos fossem absorvidos. 
Lá no alto há algo estranho voltando. Lá no alto, um pontinho azul. Um capacete de astronauta. Uma música calma. Um sono profundo desperto. Lá no alto, quem sabe de um jeito menos fraco, quem sabe com um propósito genuíno e até altruísta. Lá do alto desce ela para o chão. É a realidade. Ninguém está salvo. Ninguém está salvo e já passou da hora de encontrar a própria órbita e voltar. 

Somos todos modernos humanos anatomicamente e sentimentalmente fracos. 
Todos e, embora diferentes, não somos melhores e nem piores uns que os outros. Respeite quem você é, sem comparações, seja fiel a si mesmo. 
Não vá embora! Tem mais textos aqui: