1 de junho de 2016

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Um café

O vento bate em nossas costas e aquilo se parece com a liberdade que sempre desejamos ter. Os raios do sol numa tarde de inverno refletem nos seus olhos, e aquilo lembra um afago amigo do qual ela antes sentira tanta falta. A rua está cheia de folhas caídas no chão. Isso, sem querer, nos fez ter vontade de chutar a calçada. 
       Sim, ela esperava por tudo isso como sempre esperou em cada novo ano, porém, agora, esses pequenos detalhes nos trazem uma vontade quase impulsiva de correr de mãos dadas e chorar de rir. Momentos assim, meus caros, são praticamente inesperados em nosso cotidiano, portanto, devem sem dúvida, serem aproveitados. 
      Há muito tempo que não falamos aquilo que está em nossos corações, há muito tempo deixamos a desejar com as nossas mágoas mal resolvidas, nossas questões internas e quase secretas, da qual nos afastamos, não mencionamos, fingimos não existir. Nós também somos fracos, também temos medo, também queremos somente que tudo fique bem no final. A gente precisa das nossas mãos dadas, porque sem isso o mundo parece não girar. Somos poeira estelar, vagando no espaço. Somos um ponto azul no meio do nada. Pra quê sermos importantes? Para quem sermos importantes? Para quem seja importante também e somente para esse "quem". 
      O vento bate em nossas costas, faz um barulho quase assustador em nossas janelas. Ainda assim, nós estamos a salvo. Nós estamos vivos e estamos olhando em nossos olhos com a maior resplandecência possível. Sinceridade, isso eu prometo para nós.
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