31 de agosto de 2016

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Tempo

Não se pode mais parar no meio da estrada. Não se pode mais dar um abraço bem apertado e se mergulhar em lágrimas. Não se pode mais ouvir aquela velha música acompanhada com um café. Não se pode mais deitar na cama, enrolar-se e simplesmente dormir. Não se pode mais olhar no fundo daqueles olhos e o ouvir daquela boca as palavras mais lindas do mundo. Não se pode mais ouvir dizer que o mundo anda muito rápido e que tudo está virado em um caos. Não se pode mais dar as mãos e não querer nunca mais soltar. Não se pode conversar. Ouvir. Dizer que sentiu falta de alguém. Não se pode brincar, nem mais escrever. E hoje, logo pela manhã, descobri que já não se pode olhar para o céu e, em meio às nuvens, admirar o sol nascer. Nem ao menos fitar o que antes chamaríamos de infinito, posto que agora é somente um dia comum.
           Nós queremos o mundo de volta e queremos o mesmo vento que ventava naqueles fins de tarde na primavera passada. Quero muito, e você sabe, os mesmos pingos da chuva de setembro passado, onde outrora eu te conheci. Quero tanto e se o mundo todo parasse pra ver, veria que tudo o que eu quero no fim se resume em ficar com você.
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