23 de fevereiro de 2016

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Que horas tu virás?

Provavelmente ela nunca saiba falar com exatidão o que sentia por ele e desde quando começou a sentir algo mais forte. Talvez ela nunca saiba explicar como as coisas se transformaram no que hoje elas são e ainda insisto em dizer que talvez ela nunca quis, antes de tudo, que a vida tomasse esse rumo.
Como estamos agora? Estamos em um abismo, fitando a sua beira com a mesma inocência de uma criança inocente e perdida ou estamos presentes e cientes do quanto isso é importante e do quanto nossas atitudes são definidoras de nossas vidas e, quem sabe, da vida de uma nova geração? O que sou? O que sei agora? O que me tornei?
Sim, não sou a mesma de semanas atrás. Embora eu tenha o mesmo gosto por alguns aspectos peculiares da vida, não tenho mais a mesma visão de como posso sentir o mundo exterior que me cerca. Sou somente eu que me encontro nessa esquina? Não sei se posso confiar cegamente nos olhos que me observam com tanta atenção. Não sei até onde posso prever algo, ou até onde posso tentar diagnosticar e remediar as feridas quase cicatrizadas e a culpa aparentemente perdoada, mas que, quando lembrada, nos rodeia como a presença de alguém estranho é temida em nossos pátios. Nos lembraremos de tudo, mesmo que o pra sempre deixe, porventura, de existir. No fundo, saberemos que fomos os primeiros a assistir aqueles episódios tão aguardados. Nós seremos sempre os nossos primeiros, ainda que, com o passar das décadas, a distância na presença comece a morar em nós, apesar de toda a relutância que possa vir a existir.
Por fim, suplico pra que não nos esgotemos de amor, coragem e sinceridade. Porque se algo maior existe, esse algo está em ti. E, para mim, o brilho dos teus olhos reflete todas estas coisas.

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14 de fevereiro de 2016

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Cores

Aquele foi somente mais um dia qualquer, entretanto, no final dele, o céu resolveu mostrar as suas cores. Assim como ocorre quando as coisas boas surgem na vida de alguém, nem todos perceberam aquele momento único e sublime. Outras pessoas, porém, perderam a chance de ficar em silêncio observando e fotografaram as nuvens cor de rosa. Sim, uma fotografia será guardada intacta por décadas, mas por muitas vezes o presente deve ser mantido e cultivado no instante em que ele é vivenciado.
A menina passou uma vida buscando novas etapas e novos sonhos para serem sonhados. Aliás, ela fez mais: Passou o seu presente planejando o futuro e imaginando as novas pessoas do seu futuro, esquecendo-se, assim, de que haviam amigos ao seu lado e, incontestavelmente, esqueceu de olhar para as borboletas que bajulavam as flores vivas e esqueceu da imensidão azul acima dela. No fim, por sorte, ela acordou.
Acontece, meus caros, que queremos tudo e queremos tudo de todos. Acontece ainda, que quereríamos mais assim que conquistássemos tudo. Uma hora na vida a gente precisa aprender que o nosso presente mostra, em frente aos nossos olhos, o futuro que buscamos enquanto ignoramos o dia a dia. Será mesmo que já não somos ganhadores há muito tempo e ainda não percebemos?
No fim das contas, a menina deixou de ser covarde e assumiu as suas palavras e o seu presente como sendo o sonho tão esperado daquele futuro antigo que era igualmente tão incerto. A vida é valiosa, e aqueles olhos olhando no fundo dos olhos dela são ainda mais. Igualmente, ela não pôde, de forma alguma, se opor ao que cativou e ao que levou ela a ser cativada também. Cada segundo deve ser aproveitado, cada milímetro de vida deve ser respeitado, cada segundo de felicidade deve ser desfrutado e desenvolvido. E essas coisas devem ser assim simplesmente porque elas existem e, especialmente, porque assim como as cores do céu em um final de dia, elas são absurdamente raras, pois amores recíprocos são raros do mesmo modo.

Poucos sabem o quanto isso é incrível.
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8 de fevereiro de 2016

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Estrelas

Imagem para a postagem "Estrelas" no blog Amor e Oxigênio

Talvez o céu não tenha as cores mais belas como foi outrora, mas mesmo assim já é passada a hora de acordar. A menina despertou e saiu a passos largos, mesmo percebendo que não estava atrasada. Sim, ela foi buscar a cor do seu mundo. Ela foi acolher aquele sorriso e foi perceber o convite ao silêncio em meio a um abraço. O coração bateu forte. O coração ardeu.
Muito provavelmente ela tenha esperado uma vida inteira por isso e sem dúvida alguma estava certa do que queria. Não foram mil anos, mas foi tudo aquilo o que ela tinha, e a pequena menina não pode deixar algo assim escorrer por suas mãos, mantidas, assim como a sua mente, atônitas o tempo todo, somente vendo tudo passar porque aquela era a lei maior de sua vida, há alguns meses atrás. A verdade é que tudo passa, é claro, porém somente se deixarmos passar. 
Vamos olhar para cima. Talvez a resposta esteja em olhar para as estrelas. O que será que as estrelas mais velhas carregam para chegar onde chegaram e para estar tão longe quanto estão? O que será que aqueles olhos carregam agora? A verdade é que a menina encontrou a sua estrela e foi ela quem lhe ensinou que devemos sempre olhar para cima. Por fim, ela entendeu que a diferença é um aprendizado e que todos precisam navegar um pouco para encontrar o seu porto seguro.
E nos seus olhos eu aprendi que as estrelas também queimam e algumas até caem. Ainda assim, sempre estaremos olhando para cima, porque a gente sabe que vale a pena.

Não quero ser alguém que vai embora facilmente. Estou aqui para ficar e fazer a diferença que eu puder fazer. Jamais ousarei olhar para baixo novamente, eu te prometo.

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5 de fevereiro de 2016

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Noite

Imagem para a postagem "Noite" no blog Amor e Oxigênio

Porque nossos corações tem um ritmo parecido. Porque o vento morno anunciando a tempestade me lembra do calor das suas mãos. Porque a chuva acaricia a pele. Porque o vento anuncia a chegada do frio e o frio me faz sentir vontade de estar ainda mais perto.

A menina perdeu o sono e desistiu de tentar encontrá-lo novamente. As vezes acontece algo e, então, acabamos por nos situarmos parados, em um estado de quase meditação. Isolação interna, talvez. Os pensamentos voam e se perdem em questões de segundos. É, as vezes devemos ficar quietos e encarar o mundo com os olhos de um adulto e deixar a criança brincar em seu quarto. As vezes devemos tomar conta de nossas palavras que vagam soltas por aí, já que provavelmente alguém irá encontrá-las e nem sempre elas serão serenas como os olhos de uma criança sonolenta.
Talvez os sentimentos dos sonhos sejam diferentes dos sentimentos vividos. Talvez os sentimentos vividos nem sempre são aqueles que falamos de um modo desconexo e por impulso. Talvez o medo se mostre maior que todo o resto e, ainda que não devesse, talvez tenhamos muito por dizer e a voz acabe por falhar.
E, no fim, o dia acaba e poderemos rir novamente. Poderemos andar na beira do mar e admirar a imensidão. E eu, enfim, poderei dizer que os teus olhos são o infinito mais bonito que eu já vi.
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