27 de julho de 2015

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Miragem

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Sabe, existem momentos aos quais a gente gostaria de poder fazer parte. Ultimamente venho falando muito sobre momentos e coisas pequenas que nós gostaríamos de termos feito. Acontece que, tenho chegado à conclusão de que vim perdendo cada um desses curtos espaços de vida. Venho perdendo a cada dia um pouco mais daquilo que, antigamente, considerávamos como parte insubstituível de nossas vidas.
O sol ousou aparecer nesse dia nublado, as músicas tornaram-se, nesse exato instante, um pouco mais agradáveis.. E o temor é o mesmo. As pessoas cumprem a sua rotina, os carros são dirigidos para os mesmos lugares, as árvores balançam na mesma direção, as persianas batem num mesmo tom. Nada mudou externamente, embora a mudança real ainda esteja acontecendo dentro de cada pessoa, na medida e velocidades certas em que isso tudo deveria ocorrer. Um dia, meus caros, com certeza iremos nos surpreender.
E ela terá aprendido. Terá se modificado, se refeito. As coisas terão mais graça, as piadas vão estimular o humor e não a ironia diante de mais um escândalo governamental. As pessoas pararão de andar com medo de tudo e seguirão o seu caminho olhando para frente e não para baixo e disfarçando enquanto pegam o celular ou remexem as coisas na bolsa a procura de nada, simplesmente para não precisar olhar para os que estão no mesmo caminho que elas. O café estará pronto na hora certa na mercearia da esquina, todos estarão agasalhados para o frio do inverno e o verão não será tão brando quanto foi nos últimos anos.
Consequentemente, nesse futuro, que talvez seja próximo, o amor não será mais breve, as paixões não serão mornas, os olhares não serão tão vagos e nem tão distantes como foram em outrora. E assim, por fim, nós acabaremos bem.
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20 de julho de 2015

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Minhas condolências

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É, talvez tenha chegado o momento.
Algumas vezes, somente algumas vezes em nossa vida, nós temos a chance de retomar algo, mesmo após o caos, mesmo após tudo o que dissemos, mesmo depois de todas as atitudes tomadas e todos os atos falhos que até o presente momento não foram perdoados por puro e horrorosamente pragmático orgulho de fera ferida.
Somente algumas poucas vezes na vida nós encontramos alguém em quem achamos poder confiar cegamente, somente algumas vezes coisas inimagináveis são capazes de nos acontecer e, geralmente, acontece quando estamos ao lado das pessoas que amamos. É, certas coisas não devem ser deixadas para trás, de maneira nenhuma, nunca.
Talvez não tenhamos nos dado conta, mas em nenhum momento procuraremos pela pessoa perfeita e, talvez, se achássemos a tal referida, não gostássemos dela. Procuramos pessoas com defeitos, pessoas de carne e osso, pessoas que erram de uma forma aparentemente imperdoável, pessoas que negam sentimentos, que negam favores, negam laços e quem sabe lá pessoas que até se destroem aos poucos sem que percebam a si mesmas. Procuramos pessoas de verdade, que tenham dúvidas quanto o que fazer da vida, quanto dinheiro guardar no banco, quanto gastar, onde trabalhar ou estudar, com qual grupo andar, quais roupas vestir de manhã cedo. Procuramos pessoas que tenham medo da vida, medo da morte, medo de interagir, de falar com outras pessoas.. Procuramos por aqueles que tenham medo de escrever, medo de se mostrar ao mundo, medo de sentir, medo de errar, medo de amar. Procuramos imperfeições que se adequem as nossas. Procuramos insaciavelmente por pessoas que errem, e que errem muito! Porém que tomem coragem para voltar, que tenham muito medo, mas que perdoem e peçam perdão. Procuramos alguém que ame, e que nos deixe amar.
Não vale a pena tentar esquecer de algo que nasce conosco, nem mesmo deixar tudo passar. Acontece, meus caros, que certas coisas não passam com o tempo e talvez nem mesmo com a morte. Certas coisas foram feitas para permanecer intactas a toda e qualquer turbulência. Indiscutivelmente, o tempo pode dar um lugar certo a essas coisas e mostrar de que forma mantê-las, mas em hipótese nenhuma apagá-las.
Nem sempre que amamos alguém, seremos um casal, moraremos juntos e teremos filhos. As vezes amamos um amigo como se fosse um irmão e consideramos como parte de nossa família, as vezes amamos e fingimos que não, as vezes amamos e nos vemos uma ou outra vez, mas o que sentimos permanece igual.
Meu querido, não importa o que você faça. Mais um ciclo se cumpriu e eu gostaria de poder olhar no fundo dos teus olhos nesse dia e lhe dizer que agora está tudo bem.
Somos apenas um ponto azul no meio do nada e no nosso nada, nós podemos tudo.
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13 de julho de 2015

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Seremos nosso próprio orgulho

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Aprendi que borboletas mortas não nos servem para nada a não ser para enfeite hippie chic de quadro. Aprendi que um sol escondido pelas nuvens não podem nos iluminar e vi também que fotos velhas guardadas como lembrança não nos trazem os bons momentos de volta. Acima de tudo, enxerquei que nada durará para sempre. Nem os sorrisos, muito menos as lágrimas. Nem a água que desce estonteante do céu, muito menos o calor bom que o sol nos trás nas onze horas de um dia de inverno. Aprendi que tentar manter alguém ao nosso lado somente por nossa vontade e não pela vontade de quem queremos conosco não é o bastante. Entendi, sob todas as coisas, que as estrelas também morrem, que lágrimas também passam, que dias novos também chegam.
Sinto o vento lá fora, observo os pequenos arbustos e a grama seca em que ponho os meus pés. Escuto, ao longe, o som de um pássaro perdido do seu bando. As vezes me sinto como ele, perdida do resto do mundo, isolada, andando por um outro caminho, pelo lado contrário. Talvez o lado contrário seja o melhor lado para mim, ou ao menos seja o lado ao qual melhor me encaixo. Um novo ano vem, carregado de novas chances de mudarmos a nós mesmos e também de mudarmos, de alguma forma, o mundo no qual vivemos. Mas, e será que não temos uma nova chance toda a manhã, no momento em que abrimos os nossos olhos?
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6 de julho de 2015

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Dorme em paz

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Não chegamos a um consenso. Não estamos no fim da jornada.
A menina abriu a janela e avistou o sol escaldante lá fora e, como havia feito durante esse tempo todo em que esteve distante, se colocou para fora de casa e seguiu a sua nova rotina. Sim, tudo permanecia igual, mas a percepção sob todas essas coisas havia se modificado. Era e, ao mesmo tempo, não era mais igual.As flores tinham uma fragrância diferente, as pessoas que andavam rumo à qualquer lugar até então desconhecido tinham olhares que, ao ver da pequena menina, portavam menos mágoa. O café estava fresco novamente, os pássaros emanavam um canto de liberdade, a tão sonhada liberdade. Durante esse tempo todo em que se absteve no mórbido silencio de sua solidão, a menina pôde perceber o quanto o mundo lá fora pode ter mais para lhe oferecer e o quanto ela mesma pode se presentear com a brisa do vento em seus cabelos, enquanto parte sozinha rumo à uma grande viagem. Existem coisas, as tais coisas “impossíveis”, que cabem somente à nós mesmos nos darmos a possibilidade de torná-las possíveis, torná-las realidade e sólidas em nossas vidas. Isso a menina aprendeu também. O futuro, meus caros, é o simples resultado do que fazemos com o nosso presente, mesmo que pareça complicado ou doloroso abandonar um dos lados da moeda. Ela segue, encontra novos motivos para continuar, novos motivos que façam o seu mundo ganhar mais cor. E se entrega, então, com todas as suas forças, para que um dia ela possa dizer que valeu a pena tentar. Valeu a pena acreditar. A menina continua, justamente pela lembrança dos melhores momentos que a fizeram seguir até aqui, até agora. Ela insiste, sem os olhos sonhadores, sem os sorrisos mais belos que ela já viu, e não há forma de substituir, simplesmente porque talvez ela mesma não queira substituir. Talvez ela os queira ali, pra sempre. E a menina já procurou alguma forma de encontrar as mesmas estrelas em outro céu, porém é mais forte que ela mesma e é mais forte que essa pobre definição do amor na qual ela acredita.
Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais.
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4 de julho de 2015

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Novamente

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Era um novo dia. De novo. A menina acordou e decidiu que não tentaria fazer tudo diferente e nem tentaria voltar atrás, somente viveria.. E talvez aproveitaria ao máximo, mas com a honestidade que sempre procurou manter. Os pássaros lá fora cantavam uma suave melodia.. Era como se aquilo fosse o seu tom favorito. A rádio tocou Pink Floyd, o vento tocava e balançava as folhas das árvores e o cabelo dos passantes, inclusive da pequena garota.
Sete da manhã, um café frio em uma térmica de inox e uma chapinha “meia boca” que acabou ficando destruída com a friagem e o clima umedecido. Não parecia ser um dia bom, mas tudo lhe enganava um pouco mais.
A menina percorreu os mesmos lugares e tentou fazer as mesmas coisas, mas sentiu-se mais importante, mais confiante. O suave vento da manhã lhe abraçava com tamanha ternura que nem mesmo o brilho dos seus olhos poderia traduzir. As pessoas, por mais inimaginável que soe essa afirmação, pareciam, sem exceção, estarem mais gentis hoje. E ela continuou.
Entendeu que nem todas as histórias precisam ter o brilho dos contos de fada e que em cada final existe um recomeço e isso é bom, isso é ser humano de verdade! Em cada novo ano, em cada nova vida e em cada nova estrela que vira poeira e cai do céu, existe uma magia própria e única, sem precisão nenhuma do amparo de alguém para que isso ocorra. A menina ainda cresce com o que vê de bom ou ruim por aí. Ela ainda vê o mundo com os olhos de uma criança, mas o interpreta com a sagacidade de uma quase adulta.
Assim os dias passarão, até quando ela decidir parar. Aliás, a menina também aprendeu que o amor, seja como for, deve ser agradável, reconfortante e terno, e algo ao contrário disso não é amor, e sim tortura.
Sim, nós podemos ser tudo o que quisermos ser.
Não se esquece nada, nunca, mas perdoa-se tudo.

Estes são os presentes que guardamos e esta é a manhã. É a que nós respiramos e então vemos que estes momentos são os únicos presentes que precisamos.
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3 de julho de 2015

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Quase amor


Final de dia, estamos caminhando no meio de uma multidão. Todos passam, nos olham, desconfiam. Segredos? Olhe lá! Olha o sol, veja o brilho nos nossos olhos, perceba a luz no fim do túnel. Ainda estamos aqui, ainda somos capazes.Nada pode nos impedir, nada pode ser maior que isso.. Olhe nos meus olhos, veja como eles brilham quando olham pra você. Vejo o mesmo e sinto o mesmo em você. Nada será maior, nunca.Somos nós, o sol, a luz, o claro e as mais positivas de todas ideias possíveis. Sinta isso como eu senti, acorde e olhe para o lado. Veja que não está mais só. Isso é nobre, é alegre, é melhor que tudo.Que horas são? O que temos pra hoje? O que faremos hoje? Não sabemos, esquecemos do mundo, nos embriagamos com as risadas e os planos da noite anterior… Nos perdemos nas estrelas daquela doce madrugada.. A lua sobre nós, suavemente a nos tocar e a dizer que tudo está bem. Estamos sozinhos. Eu e você, num mundo completamente enebriado de azul. Esqueça que existem promessas, que existem metas, que existem problemas a serem resolvidos. Deixe-se ter a certeza de que o mundo nos pertence agora. Deixe, nem que seja por um momento, nem que for somente para dar a você a certeza que merece ouvir de si mesmo.Eu não consigo voltar atrás, eu não me vejo de outra maneira nesse lugar a não ser ao seu lado. Não sei de onde recomeçar sem esse sorriso que me guia.. Estou perdendo as palavras de minha própria mente e não sei como começar e tão pouco se é exatamente a partir daqui que as coisas devem ser contadas.Porque somos eu, você e todas as pessoas. É quase impossível não se importar com nada, entendo. E eu já não sei o porque de não conseguir tirar os meus olhos de você… Meu anjo, que horas são?!Os sonhos.. As vontades.. Tudo o que você faz é bonito, é certo. Esse certo me atrai, essa magia em comum… Ninguém compreende, ninguém entende como somos tão diferentes de todos e tão parecidos com nós mesmos. E isso faria alguma diferença para alguém além de nós? Isso é bonito, ninguém entende o quanto eu preservo isso. Não precisamos fazer nada, não precisamos provar nada.
Somos eu e você. O mundo, a liberdade. O som dos discos antigos, solos de guitarra, batidas em uma bateria velha, um contrabaixo… O acústico de um violão empoeirado. É o som que busquei a minha vida inteira e encontrei em você. É um jogo bobo, porém gostamos de jogá-lo.
Porque somos eu, você e o resto do mundo.E eu prefiro estar aqui, ao seu lado.
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Essa manhã tão cinza


Então a gente acorda de manhã cedo e não sabe que rumo dar à própria vida. A gente pensa em crescer, se transformar, se tornar o que as pessoas, nessa altura da vida, esperam de nós. É como ser um pássaro que nunca saiu do ninho e agora precisa voar, ou melhor, é como ser uma cobra: Assim, rastejante, sem pernas e nem braços, com pouca ou nenhuma forma de locomoção.. Então você é uma cobra, não tem amigos ou conhecidos que lhe queiram ajudar. Você está sozinho pelas próprias condições vitais às quais você foi condicionado. E, contudo, você deve ser. Você deve agir.
E as pessoas cantam, gritam no meio da rua, fazem escândalos. Em grande grupo, no meio do caos, da multidão tudo é belo, tudo pode. E se você estiver sozinho e com uma cabeça vazia? Sim, você quer se divertir! Porém estar sozinho e gritar, diferentemente de estar em um grupo, é estranho. Se somos agitados, somos desvairados, todavia se formos quietos, somos tolos.
Precisamos aprender a admirar as cobras. E os berros. Tudo tem uma razão de ser.
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Não me vi na outra metade

As vezes, no inicio da manhã ou no final do dia, na volta do trabalho, me pego analisando o comportamento das pessoas. Olho discretamente, reparo, analiso com o meu pouco ou nenhum conhecimento sobre o processo inteiro de uma vida e me pergunto se aquilo tudo que elas fazem é bonito ou não. Me pergunto se eu conseguiria “copiar” aquelas tais maneiras de agir. Essa minha análise metódica e contundente sob o modo de se expressar dos outros começou a acontecer a partir do momento em que me vi completamente sozinha, mesmo estando rodeada de olhares curiosos. Foi assim que eu percebi o muito ou pouco afeto de cada uma delas, a educação, o modo como se tratam.. Enfim, talvez não seja educado ou de bom tom reparar, mas faço isso quando vejo uma atitude correta vinda de qualquer pessoa no meio da rua, a fim de, quem sabe, me corrigir, me refazer.
As coisas se tornaram difíceis em um primeiro momento, quando resolvi que estava cansada e ainda na estaca zero. Ao contrário do que dizem as músicas, (por mais que eu goste delas), não temos todo o tempo do mundo e nem podemos dizer que ainda é cedo. Eu disse não pela primeira vez e, também pela primeira vez, não voltei atrás em minhas decisões.
Quem olha de fora pensa que está tudo bem, ou então somente não entende a tal postura dura e a confunde com responsabilidade ou “achismo” intrapessoal. Não digo nada, não olho para os lados, pois tanto faz. A verdade é que guardo mesmo o meu rancor perante as pessoas, porque não estive e nunca estarei rumo à perfeição, achem o que quiserem. Também não sou amiga dos amigos dos meus amigos e nem conquisto as pessoas de imediato. Não falo sempre em bom tom e de vez em quando sinto vergonha do meu “bom dia”. Sei que ninguém entende, mas agora está tudo bem. Sempre, se prejudicar somente a mim e não aos outros, eu considero um bom negócio e é por isso que está bom.
Saudades das coisas que não vivi e dos momentos que acabaram. Vontade de voltar atrás eu não tenho, porque eu não viveria tudo outra vez.. Me recuso. A verdade é que sem você tudo é diferente, até a mágoa aumenta e até a chuva parece mais abundante e sem fim. Quem vai estar aqui quando eu for velhinha? Parece tão ridículo dizer isso.. Nem a metade da meia idade eu tenho.
E de todo o amor que existia, somente restou a vontade de ainda poder conviver em paz. E de tudo que eu amava em você, somente restou a cor dos olhos. Hoje, entretanto, posso dizer que eu estou em paz.

Perdeste a tua intensidade.
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É cedo ou tarde demais

A manhã está calma como todas as outras manhãs daquele mês. Os pássaros voam, as águias gritam, os sinos da igreja tocam. A menina, consequentemente, seguia os seus passos normalmente. Ela não queria mais pensar em nada… Por que, diabos, tudo era tão diferente dentro dela?!
A menina seguia a sua rotina, caminhava do mesmo lado da rua, via as mesmas flores e sentia os mesmos raios do sol tocarem a sua pele. Tudo era tão igual por fora e desejava desesperadamente que nada mudasse dentro dela também, embora soubesse que já era tarde demais. Não é mais igual.
A menina era feliz e não sabia. Viveu os melhores e os piores momentos da sua vida sem perceber. Viu o amor nascer, florescer e agora vê o mesmo morrer a cada dia mais.. Assim mesmo, sem se perceber. Tudo vai junto, tudo se escoou com a água que lavou o seu rosto e os seus pulsos marcados. A pureza voou com o vento. Vento esse que a menina gostaria infinitamente de abraçar.
Será que é no vento que se encontra todo o amor que ela sempre procurou? Será que é numa marquise empoeirada que ela desejava verdadeiramente ver o mundo inteiro pela primeira e última vez? Céus, ela somente queria encontrar a tão almejada felicidade. Somente queria ter a breve e gostosa sensação de estar fazendo a coisa certa. Horrível pensar assim. As vezes, para ela, isso parecia tão sujo e individualista.. Ainda assim, convenhamos que a menina tinha muito amor para destinar, contudo ela estava presa a si mesma e a tudo o que não realizou. Essa é a parte dolorosa.
Naquela manhã, a menina sentiu falta dos sonhos não realizados, mas que mesmo assim eram compartilhados com quem amava. Sentiu falta dos abraços que não deu, das palavras doces que não ouviu. Contudo, nunca deixou de entender que ela não era o centro, quanto menos a dona do mundo e das pessoas que nele vivem.. A falta dói, mas se compreende. O contundente mesmo era a indiferença, o desrespeito, a imoralidade e toda a desconsideração depois de todos os vãos bons momentos. Provavelmente seja esse o fato mais marcante, talvez mais marcante do que o próprio desamor.

"Mesmo após todo esse tempo, eu nunca encontrarei
Neste mundo inteiro, quem possa me balançar como você
A verdade é que é algo tão sublime que não existem palavras capazes de descrever
A beleza da vida que eu tenho com você."
(Perfect For Me, Ron Pope)
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Já era tarde, era quase dia

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A noite não estava assim tão fria e nem tão nebulosa. Não havia nada de especial ou de novo por ali, nem mesmo a beleza das folhas de outono, pois já era primavera.
A menina desceu as escadas de seu quarto afim de ler um pouco, já que o sono a abandonara de vez. Entretanto, nem mesmo a leitura pôde ser sua companhia. Perpetuavam, insistentemente, as memórias na sua cabeça. Memórias que remetiam a um tempo perdido, a um amor passado, um sorriso desfeito e um exagero de lágrimas que hoje em dia não pareciam terem sido dela. Não, a menina não havia esquecido nem se quer um terço disso tudo, apesar da tamanha força que exerceu para isso.
Dizem que o tempo tudo suaviza e apaga, contudo parecia ser exatamente o contrário. Quantas vezes o ser humano é capaz de amar? Quantas vezes podemos deixar tudo de lado e somente viver? É possível somente viver?
Nos últimos tempos até mesmo a batida do seu coração parecia querer dizer o nome dele. Poderia até parecer loucura, mas as vezes era como se o vento lá fora, batendo nas janelas de sua casa fosse a respiração de quem a menina amava. Era cômica aquela situação, ao mesmo tempo que destruidora. A graça da vida estava naqueles olhos cor de tempestade e, hoje em dia, até uma borboleta voando era capaz de a fazer lembrar dos gestos dele, das brincadeiras e de toda a alegria que, por algum tempo, parecia real.
Talvez só o tempo mostre para a nossa pequena o que deve ser feito.. Um amor de verdade não se encontra duas vezes, entretanto, qual atitude deve ser tomada quando tudo o que tinha para acontecer parecia já ter acontecido? Talvez, somente talvez, ela estivesse enganada e, na realidade, nada aconteceu.
Ah, ela tinha amado além da própria compreensão… Horrível? Pode ser que não..

Acho muito melhor brigar e discutir com quem amo, que me divertir e sorrir com qualquer outra pessoa.
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