3 de julho de 2015

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Querido Adam

Imagem para a postagem "Querido Adam" no blog Amor e Oxigênio

Como é fácil se iludir, como é fácil criar um ser diferente do qual vemos todos os dias. Como é fácil mudar a nós mesmos e a quem amamos… É tão fácil ter um sol cor de rosa e pendurar as nuvens com dois clips de papel. Tudo é tão simples em nossa mente.
Estou cansada, mal posso sentir os meus pés tocarem o chão e talvez esse não seja nem o começo. Olho para baixo, vejo um vidro embaçado e a minha visão se torna completamente turva.. O vento não me lembra as boas noites de inverno, e sim a crua e nua realidade.
Onde estão aqueles olhos agora? Onde está escondida toda aquela juventude e aquela vontade de viver? Como conseguem arrancar isso de mim? Como eles têm coragem de cometer tamanho ato? A vida, meu bem, acabou no começo.
Não, não preciso da sua ajuda. Estar solitária é pouco! Veja aquela parede branca. Não é mais gesso, é aço. Não é mais iluminada, e sim assustadora, ou até mesmo sombria, poderia afirmar.
Finja. Nada está fácil. Nada está como deveria.
Pra sempre, meu querido, eu digo mais uma vez e reafirmo: Todas as músicas românticas que ouço me lembram seu sorriso. Todas as noites frias me lembram das batidas fortes do seu coração. Ainda mais, digo que todas as dores que eu já senti, não se comparam com a extrema ferida que é ver você chorar. Querer você é o mesmo que querer encontrar uma gota de água na imensidão do mais infindável deserto e o mesmo que fazer um elefante voar. Ter os seus olhos olhando novamente dentro dos meus é tão improvável como se atirar do vigésimo quarto andar de um prédio e permanecer vivo. Curioso como desistir não mudou nada aparentemente para nós. Contudo, posso sentir o inverno bater nas paredes do meu vazio.
E eu me conformei sem querer me conformar. Até porque esse tipo de amor sempre fala mais sobre a pessoa que ama do que sobre a pessoa amada. Aliás, concluo dizendo que toda a paixão passa, a não ser que ela se transforme em um amor impossível.. Aí a gente vive uma vida inteira aprisionada na imagem de uma ilusão. Eu sinto saudades, saudades à sério e, sem mais delongas: Dava cabo ao mundo inteiro pra te encontrar.
Não vá embora! Tem mais textos aqui:

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